sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Setembro, o Mês da Bíblia - Parte I (Sábado, 1º de Setembro de 2018)

Fonte: http://iwallpapers.free.fr/picture.php?/14540/tags/81-hq

''Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.''
(Josué 1,8)

1ª Parte: considerações iniciais

Hoje, iniciamos o mês de setembro, dedicado à Bíblia. Tal fato nos traz à memória a importância das Sagradas Escrituras na formação moral e espiritual de todos os cristãos. Sua leitura e meditação é fundamental para adentrarmos nos mistérios da fé e, sobretudo, no plano de redenção de Deus para todos e para cada um em particular. 
A palavra Bíblia vem do grego biblos, que significa ''os livros''. Ou seja, não se trata de um único livro, mas sim de uma verdadeira biblioteca, com vários livros escritos por vários autores e em várias épocas, possuindo uma incrível harmonia entre si.
O centro de toda a Escritura é Jesus Cristo, o Messias anunciado desde tempos remotos que, ao habitar entre nós (sem, com isso, deixar de ser Deus, em seu aspecto de 2ª pessoa da Trindade), vem nos mostrar o caminho da salvação por meio de sua vida, seus ensinamentos e, finalmente, por seu sacrifício na cruz - ato esse de extremo amor, que nos leva a uma nova vida. 
Jesus é a nova Lei, que vem para elevar a antiga à perfeição e estabelecer uma nova aliança com a Humanidade - aliança essa superior à primeira, como São Paulo analisa em suas epístolas. De fato, "o Novo Testamento está latente no Antigo, e o Antigo está patente no Novo", como bem sintetiza a Constituição Dogmática Dei Verbum.

Fonte: https://br.pinterest.com/pin/672162313106983168/
São Jerônimo, tradutor da famosa versão latina da Bíblia, a Vulgata

A Igreja Católica celebra, no dia 30 deste mês, a memória de São Jerônimo, um dos maiores doutores da Igreja e autor da famosa tradução da Bíblia em latim, a partir dos idiomas originais hebraico, aramaico e grego - a Vulgata. A memória deste grande santo vem nos relembrar o valor atemporal das Escrituras (que formam o tripé da doutrina católica, ao lado da Tradição e do Magistério) e nos convida a voltarmos à oração e penitência. E que forma melhor de realizarmos uma renovação espiritual do que recorrer a esta verdadeira carta que Deus nos deixou, para nos deixar claro seu amor e nos fornecer os elementos necessários à nossa salvação? 
Ao longo deste mês, traremos postagens especiais sobre a Bíblia, analisando seu período histórico de formação, seus livros e seu papel fundamental na história da civilização.
Um grande abraço a todos!


quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Martírio de São João Batista - Quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Fonte: https://santo.cancaonova.com/santo/martirio-de-sao-joao-batista-o-ultimo-e-maior-dos-profetas/

"É necessário que ele cresça e que eu diminua" (João 3,30)


Ano B/ Cor litúrgica: vermelho
Leituras:

Jr 1,17-19/ Sl 70(71),1-2.3-4a.5-6ab.15ab e 17 (R. 15a)/ Mc 6,17-29


Martírio de São João Batista

“Na verdade, vos digo, dentre os nascidos de mulher, nenhum foi maior que João Batista”. Assim se referiu Jesus Cristo ao seu primo, o qual morreu decapitado por anunciar a Verdade. Este fato é recordado neste dia 29 de agosto, quando a Igreja Católica celebra o Martírio de São João Batista.
Em sua audiência geral de 29 de agosto de 2012, Papa Bento XVI destacou que João Batista é o único santo na Igreja – além do próprio Jesus Cristo e da Virgem Maria – do qual se celebra tanto o nascimento (24 de junho), como a sua morte, ocorrida através do martírio.
Mas esta memória “remonta à dedicação de uma cripta de Sebaste, em Samaria onde, já em meados do século IV, se venerava a sua cabeça. Depois, o culto se estendeu a Jerusalém, às Igrejas do Oriente e a Roma, com o título de Degolação de São João Batista”, explicou.
O Papa Ratzinger acrescentou que “no Martirológio romano faz-se referência a uma segunda descoberta da preciosa relíquia, transportada naquela ocasião para a igreja de São Silvestre no Campo de Marte, em Roma. Estas breves referências históricas ajudam-nos a compreender como é antiga e profunda a veneração de São João Batista”.
Sobre São João Batista há narrações nos Evangelhos, em particular de Lucas, que fala de seu nascimento, vida no deserto, pregação, e de Marcos, que menciona sua morte.
Pelo Evangelho e pela tradição é possível reconstruir a vida do Precursor. Negou categoricamente ser o Messias esperado, afirmando a superioridade de Jesus, que assinalou aos seus seguidores por ocasião do batismo nas margens do Rio Jordão como o Cordeiro de Deus, aquele de quem não era digno de desatar as sandálias.
Sua figura parece ir se desfazendo, à medida que vai surgindo “o mais forte”, Jesus. Todavia, “o maior dentre os profetas” não cessou de fazer ouvir a sua voz onde fosse necessária para consertar os sinuosos caminhos do mal.
João Batista reprovou publicamente o comportamento pecaminoso de Herodes Antipas e da cunhada Herodíades, com quem tinha uma relação adúltera. Mas, a suscetibilidade de ambos lhe custou a prisão em Maqueronte, na margem oriental do mar Morto.
O relato da morte de São João Batista está no Evangelho de São Marcos, capítulo 6, versículos 17 a 29, no qual narra o banquete oferecido por Herodes pelo seu aniversário, onde dançou a filha de Herodíades.
Herodes gostou tanto da dança que prometeu à jovem que cumpriria qualquer pedido que ela fizesse. Ela, então, por sugestão de sua mãe, pediu a cabeça de João Batista, que lhe foi entregue em um prato.
Para o Papa emérito, “celebrar o martírio de São João Batista recorda-nos, também a nós cristãos deste nosso tempo, que não se pode comprometer o amor a Cristo, à sua Palavra e à Verdade. A Verdade é a Verdade, não há comprometimentos”.
O Papa Francisco, a falar sobre a vida de São João Batista, em fevereiro de 2015, recordou os “mártires dos nossos dias, aqueles homens, mulheres e crianças que são perseguidos, odiados, expulsos das casas, torturados, massacrados”. O Pontífice sublinhou que esses mártires “terminam sua vida sob a autoridade corrupta de pessoas que odeiam Jesus Cristo”.

Fonte: https://www.blogodorium.com.br/oracao-para-sao-joao-batista/

*Matéria originalmente publicada em ACI Digital:


terça-feira, 28 de agosto de 2018

Santo Agostinho, bispo e doutor da Igreja - Terça-feira, 28 de agosto de 2018

Fonte: http://academico.arautos.org/2014/05/qual-e-a-maior-obra-de-deus/

“Quer louvar-te o homem, esta parcela de tua criação! Tu próprio o incitas para que sinta prazer em louvar-te. Fizeste-nos para ti e inquieto está nosso coração, enquanto não repousa em Ti.”

Ano B/ Cor litúrgica: branco
Leituras:

2Ts 2,1-3a.14-17/ Sl 95,10. 11-12a. 12b-13 (R. 13b)/ Mt 23,23-26


Santo do Dia:
Santo Agostinho
Fonte: http://www.vdj.it/valverde-festa-della-conversione-di-s-agostino-in-santuario-p-gelson-per-insegnare-ai-giovani-a-vivere-con-uno-spirito-agostiniano/


Origens

Seu nome era Aurélio Agostinho. Nasceu em Tagaste, uma cidade do Norte da África dominada pelos romanos, na região onde hoje fica a Argélia, em 13 de novembro do ano 354. Filho primogênito, seu pai, chamado Patrício, era pagão e pequeno proprietário de terras. Sua mãe, pelo contrário, era cristã fervorosa, tanto que tornou-se santa, Santa Mônica, celebrada no dia 27 de agosto, um dia antes da festa de Santo Agostinho. Mônica sempre buscou educar o filho na fé cristã. Agostinho, porém, por causa do exemplo do pai, não se importava com a fé.

Infância

Santa Mônica queria que seu filho se tornasse cristão, mas percebia que a hora de Deus ainda não tinha chegado. Tanto que adiou seu batismo, com receio de que ele profanasse o Sacramento. Aos onze anos, Agostinho foi enviado para estudar em Madauro, perto de Tagaste. Lá, estudou literatura latina e algo que o distanciaria da fé cristã: as práticas e crenças do paganismo local e romano.

Juventude conturbada

Com dezessete anos, foi para Cartago estudar retórica. Lá, embora tenha recebido formação cristã de sua mãe, passou a seguir a doutrina maniqueísta (que enxerga o mundo apenas como bem e mau), negada veementemente pelos cristãos. Além disso, tornou-se hedonista, ou seja, seguidor da filosofia que tem o prazer como fim absoluto da vida. Dois anos depois, passou a viver com uma mulher cartaginense, com a qual teve um filho chamado Adeodato. O relacionamento dos dois durou treze anos. Durante todo esse tempo, Santa Mônica rezava pela conversão do filho.

Passando por várias doutrinas

Agostinho tornou-se um professor de retórica reconhecido. Chegou a abrir uma escola em Roma e conseguiu o posto de professor na corte imperial situada em Milão. Decepcionado com as incoerências do maniqueísmo, aproximou-se do ceticismo. Sua mãe mudou-se para Milão e exerceu certa influência sobre seu comportamento. Nesse tempo, também decepcionado com o ceticismo, Agostinho aproximou-se do bispo Ambrósio (Santo Ambrósio de Milão). A princípio, queria apenas ouvir a retórica excelente do bispo. Antes de se converter, Agostinho separou-se de sua companheira após treze anos de relacionamento e ainda envolveu-se com outras mulheres. Depois, porém, foi se convencendo da verdade sobre Jesus Cristo pelas pregações de Santo Ambrósio. Sua mãe, ao mesmo tempo, não cessava de orar por ele.

Conversão

Depois das buscas incessantes pela verdade e de vários casos amorosos, Agostinho finalmente rendeu-se à coerência da mensagem de Jesus Cristo. Encontrou em Jesus o que não encontrara em nenhuma outra filosofia, em nenhum outro mestre. Assim, ele e seu filho Adeodato, então com 15 anos, foram batizados em Milão por Santo Ambrósio, durante uma vigília Pascal. A partir de então, passou a escrever contra o maniqueísmo, que ele conhecia tão bem. Mas depois disso, escreveu obras tão importantes que o tornaram Doutor da Igreja.

Sofrimentos

Agostinho dedicava grande atenção a Adeodato formando-o na fé e nas ciências humanas. De repente, porém, seu filho veio a falecer. Foi um grande choque. Por causa disso, decidiu voltar para Tagaste. No caminho de volta, aconteceu que sua mãe também faleceu. Agostinho menciona em suas “Confissões” a maravilha e o alimento espiritual que eram os diálogos que ele tinha com sua mãe, Santa Mônica, sobre a pessoa de Jesus Cristo e a beleza da fé cristã. Esses diálogos foram decisivos para sua formação. E agora, com a morte da mãe, muita falta ele sentiu dessas conversas restauradoras.

De vilta à terra Natal

Depois de sepultar sua mãe continuou decidido sua volta para a terra natal. Ele chegou a Tagaste no ano 288. Lá, optou pela vida religiosa. Junto com alguns amigos de fé, deu início a uma comunidade monástica cujas regras foram escritas por ele mesmo. Deste embrião nasceram várias ordens e congregações religiosas masculinas e femininas, todas seguindo as regras e a inspiração “Agostiniana”.

Não se coloca uma lâmpada debaixo da mesa

O bispo de Hipona, percebendo a forte inspiração que Deus colocara na alma de Agostinho, convidou-o para ir junto nas missões e pregações. O bispo, já idoso e enfraquecido, vendo confirmada a sabedoria de Agostinho, ordenou-o como sacerdote, o que foi aceito com grande alegria pelos fiéis. E, depois, em 397, logo após a morte do bispo, o povo, em uma só voz, aclamou Santo Agostinho como bispo de Hipona. Ele ocupou o cargo durante 34 anos, derramando toda sua sabedoria nas pregações, nos livros, na caridade para com os pobres, na espiritualidade profunda. Combateu heresias, tornou-se uma dos mais importantes teólogos e filósofos da Igreja, influenciando pensadores até o presente. Foi aclamado Doutor da Igreja e um dos “Padres da Igreja” por causa de seu ministério iluminador. Entre os livros de maior destaque em suas obras, estão “Confissões” e “Cidade de Deus”, livros autobiográficos que se tornaram best-sellers ao longo de vários séculos e até hoje.

Morte

Santo Agostinho faleceu feliz pela força da Igreja de Hipona, mas, ao mesmo tempo, triste, por causa da invasão bárbara em Hipona, motivo de grandes perseguições contra os fiéis. Sua morte ocorreu em 28 de agosto do ano 430. Mais tarde, em 725, seus restos mortais foram exumados e trasladados para a cidade de Pávia, na Itália, onde são venerados na igreja de São Pedro do Céu de Ouro. A igreja fica perto do local onde ocorreu sua conversão.

Oração a Santo Agostinho

“Gloriosíssimo Pai Santo Agostinho, que por divina providência fostes chamado das trevas da gentilidade e dos caminhos do erro e da culpa a admirável luz do Evangelho e aos retíssimos caminhos da graça e da justificação para ser ante os homens vaso de predileção divina e brilhar em dias calamitosos para a Igreja, como estrela da manhã entre as trevas da noite: alcançai-nos do Deus de toda consolação e misericórdia o sermos chamados e predestinados, como Vós o fostes, a vida da graça e a graça da eterna vida, onde juntamente convosco cantemos as misericórdias do Senhor e gozemos a sorte dos eleitos pelos séculos dos séculos. Amém.”

*Matéria originalmente publicada em:

Link das principais obras de Santo Agostinho:

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho - Segunda-feira, 27 de agosto de 2018



Ano B/ Cor litúrgica: branco
Leituras:

2Ts 1,1-5.11b-12/ Sl 95,1-2a. 2b-3. 4-5 (R. 3)/ Mt 23,13-22


Santo do Dia:
Santa Mônica

Santa Mônica nos provou com sua vida que realmente “tudo pode ser mudado pela força da oração!

Santa Mônica nasceu no norte da África, em Tagaste, no ano 332, numa família cristã que lhe entregou – segundo o costume da época e local – como esposa de um jovem chamado Patrício.
Como cristã exemplar que era, Mônica preocupava-se com a conversão de sua família, por isso se consumiu na oração pelo esposo violento, rude, pagão e, principalmente, pelo filho mais velho, Agostinho, que vivia nos vícios e pecado. A história nos testemunha as inúmeras preces, ultrajes e sofrimentos por que Santa Mônica passou para ver a conversão e o batismo, tanto de seu esposo, quanto daquele que lhe mereceu o conselho: “Continue a rezar, pois é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas”.
Santa Mônica tinha três filhos. E passou a interceder, de forma especial, por Agostinho, dotado de muita inteligência e uma inquieta busca da verdade, o que fez com que resolvesse procurar as respostas e a felicidade fora da Igreja de Cristo. Por isso se envolveu em meias verdades e muitas mentiras. Contudo, a mãe, fervorosa e fiel, nunca deixou de interceder com amor e ardor, durante 33 anos, e antes de morrer, em 387, ela mesma disse ao filho, já convertido e cristão: “Uma única coisa me fazia desejar viver ainda um pouco, ver-te cristão antes de morrer”.
Por esta razão, o filho Santo Agostinho, que se tornara Bispo e doutor da Igreja, pôde escrever: “Ela me gerou seja na sua carne para que eu viesse à luz do tempo, seja com o seu coração para que eu nascesse à luz da eternidade”.
Santa Mônica, rogai por nós!

Matéria originalmente publicada em:
Créditos da imagem:



domingo, 19 de agosto de 2018

Solenidade da Assunção de Nossa Senhora - Domingo, 19 de agosto de 2018

Fonte: http://www.itf.org.br/assuncao-de-nossa-senhora-1608.html

“Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo.”
- Papa Pio XII, em 1º de novembro de 1950, por meio da Constituição Apostólica “Munificientissimus Deus”

Ano B/ Cor litúrgica: branco
Leituras:

Ap 11,19a; 12,1-6a.10ab/ 

Sl 44(45),10bc.11.12ab.16 (R. 10b)/ 

1Cor 15,20-26.28/

Lc 1,39-56


Fonte: https://alleanzacattolica.org/preghiera-a-maria-ss-assunta/

A Assunção de Nossa Senhora
(por Prof. Felipe Aquino)

A Sagrada Tradição da Igreja ensina que Nossa Senhora foi elevada ao céu de corpo e alma após sua morte. No entanto, as particularidades da “morte” da Virgem Maria não são conhecidas. Santo Epifânio, bispo de Salamina de Chipre, compôs, nos anos de 374-377, o livro sobre as heresias, no qual escreve: “Ou a Santa Virgem morreu e foi sepultada e seguiu-se depois sua Assunção na glória, ou, sem fim, verificou-se em plena e ilibada pureza, adornando a coroa de sua virgindade” (MS, p. 267).
O Dogma da Assunção da Virgem Santíssima foi proclamado, solenemente, pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950, e sua festa é celebrada no dia 15 de agosto. Grande júbilo e alegria pairou sobre todo o mundo católico naquela data, especialmente para os filhos de Maria. Quando o Papa o decretou, por meio da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, foi uma verdadeira apoteose, tanto na Praça de São Pedro, em Roma, como nas outras cidades do mundo católico.
Nesse documento, disse o Papa: “Cristo, com Sua morte, venceu o pecado e a morte e sobre esta e sobre aquele alcançará também vitória pelos merecimentos de Cristo quem for regenerado sobrenaturalmente pelo batismo. Mas por lei natural Deus não quer conceder aos justos o completo efeito dessa vitória sobre a morte, senão quando chegar o fim dos tempos. Por isso, os corpos dos justos se dissolvem depois da morte, e somente no último dia tornarão a unir-se, cada um com sua própria alma gloriosa. Mas desta lei geral Deus quis excetuar a Bem-Aventurada Virgem Maria. Ela, por um privilégio todo singular, venceu o pecado; por sua Imaculada Conceição, não estando por isso sujeita à lei natural de ficar na corrupção do sepulcro, não foi preciso que esperasse até o fim do mundo para obter a ressurreição do corpo”.
Assim, na Praça de São Pedro, em Roma, diante do pórtico de São Pedro, circundado por 36 Cardeais, 555 Patriarcas, Arcebispos e Bispos e sacerdotes, e perante cerca de um milhão de fiéis, o Papa proclamava solenemente: depois de haver mais uma vez elevado a Deus nossas súplicas e invocado as luzes do Espírito Santo, a glória de Deus Onipotente, que derramou sobre a Virgem Maria Sua especial benevolência, em honra de Seu Filho, Rei imortal dos séculos e vencedor do pecado e da morte, para maior glória de Sua augusta Mãe e para a alegria e exultação de toda a santa Igreja, e pela autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma de fé revelado por Deus que: a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrena, foi elevada à glória celeste em corpo e alma (MS, p. 282).

Solenidade

Papa Paulo VI, na Exortação Apostólica Marialis Cultus, resume a importância desse dogma numa expressão cheia de densidade: “A solenidade de 15 de agosto celebra a gloriosa Assunção de Maria ao Céu, festa de seu destino de plenitude e de bem-aventurança, glorificação de sua alma imaculada e de seu corpo virginal, de sua perfeita configuração com Cristo ressuscitado” (MC n.6).
Assim, Maria participa da ressurreição e glorificação de Cristo. É preciso lembrar, aqui, que somente Jesus e Maria subiram ao Céu de corpo e alma. Os santos estão lá apenas com suas almas, pois os corpos estão na terra, aguardando a ressurreição do último dia. Maria, ao contrário, foi elevada ao céu também com seu corpo já ressuscitado. É uma grande glória dela.
A Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, em uma Instrução de 17-05-1979, deixou bem claro: a Igreja, ao expor a sorte do homem após a morte, exclui qualquer explicação que tire o sentido à Assunção de Nossa Senhora naquilo que ela tem de único, ou seja, o fato de ser a glorificação corporal da Virgem Santíssima uma antecipação da glorificação que está destinada a todos os outros eleitos (n. 6).

Quais os motivos da Assunção de Nossa Senhora?

1 – Como Maria não esteve sujeita ao poder do pecado para poder ser a Mãe de Deus, também não podia ficar sob o império da morte; pois, como disse São Paulo, “o salário do pecado é a morte” (Rm 6,23). Assim, Maria não experimentou a corrupção da carne, mas foi glorificada em sua alma e seu corpo.
2 – A carne de Jesus e a de Maria são a mesma carne. Portanto, a carne de Maria devia ter a mesma glória que teve a de seu Filho.
São João de Damasco, no ano 749, escreve: “Era necessário que aquela que, no parto, havia conservado ilesa sua virgindade, conservasse também sem corrupção alguma seu corpo depois da morte. Era preciso que aquela que havia trazido no seio o Criador feito menino habitasse nos tabernáculos divinos. Era necessário que aquela que tinha visto o Filho sobre a cruz, recebendo no coração aquela espada das dores das quais fora imune ao dá-Lo à luz, O contemplasse sentado à direita do Pai. Era necessário que a Mãe de Deus possuísse aquilo que pertence ao Filho e fosse honrada por todas as criaturas como Mãe de Deus”.
E assim também se exprime São Germano, patriarca de Constantinopla, falecido em 735, e outros santos (MS, pp. 272 e 273).
Festa do trânsito de Maria
A festa do Trânsito de Maria, que honrava sua morte, passou gradualmente a comemorar sua Assunção corporal ao céu. No sacramentário enviado pelo Papa Adriano I ao Imperador Carlos Magno (768-814), que introduziu o Cristianismo em todo o vasto império franco, está escrito: digna de honra é para nós, Senhor, a festividade deste dia em que a Beata Virgem Maria, a Santa Mãe de Deus, sofreu a morte temporal, mas não pôde ser retida pelos inexoráveis laços, porque ela deu à luz Seu Filho, nosso Senhor, que tomou sua carne (MS, p. 273). No Sínodo de Mainz, no ano 813, Carlos Magno introduziu a festa da Assunção de Maria ao Céu, depois de haver obtido autorização de Roma.
Foi São Gregório de Tours, falecido em 596, o primeiro a proclamar a Assunção corpórea de Maria ao Céu. Um século mais tarde, Santo Ildefonso de Toledo afirmou: “Não devemos esquecer que muitos consideram que ela [Maria] foi, neste dia, levada corporalmente ao céu por Nosso Senhor Jesus Cristo” (MS, p. 274).
Muitos santos perguntavam se o melhor dos filhos poderia recusar à melhor das Mães a participação em sua ressurreição e o glorioso domínio à direita do Pai? Para eles, sua dignidade de Mãe de Deus exige a Assunção.
Para Santo Irineu, do século II, como a nova Eva, Maria participou da sorte do novo Adão, Jesus Cristo, ressuscitou depois da morte, e seu corpo não experimentou a corrupção (MS, p. 277).
Como Maria não teve na alma a mancha do pecado original, ficou isenta da dura sentença dada aos demais: “Es pó e em pó hás de tornar” (Gn 3,19). A nós que herdamos o pecado original, é preciso voltar ao pó da terra de onde saímos, para que, na ressurreição do último dia, o Senhor nos refaça sem as sequelas do mal.

Glória da Assunção de Nossa Senhora

A rica Tradição da Igreja reconheceu, desde os primeiros séculos, a gloriosa Assunção de Nossa Senhora. Dela dão testemunho S. João Damasceno, São João Crisóstomo, S. Tomás de Aquino, S. Boaventura, S. Anselmo, São Bernardo e outros luminares e teólogos famosos. Além disso, a Sagrada Liturgia sempre confirmou a verdade desse dogma, tanto nos antigos missais como nos sacramentários, hinos e saudações à subida da Rainha ao Céu. Além disso, nunca, em Igreja nenhuma da Terra, venerou-se uma relíquia do corpo de Maria Santíssima, mostrando com isso uma convicção certa e inabalável de que Ela está no céu.
Contudo, a razão mais forte da Assunção de Nossa Senhora está no fato de ela ser a Mãe do Senhor. Como disse o frei Francisco de Monte Alverne: “consentiria o meigo Jesus de Nazaré que sua morada puríssima, o céu esplêndido onde por nove meses repousaria, a estátua viva esculpida pelo próprio Criador, ficasse nessa terra de exílio? Porventura o Rei dos Exércitos esperaria o fim dos tempos para que a corte celeste prestasse homenagens reais à sua Mãe. Não, pois era mister que a humanidade reconhecesse quanto era considerada uma mãe tão extremosa” (nota 22 e Tm p. 314).
A glória da Assunção de Nossa Senhora ao Céu é, para nós que ainda vivemos neste vale de lágrimas, a certeza de que o céu existe e é nosso destino.

Matéria publicada em:

terça-feira, 14 de agosto de 2018

São Maximiliano Maria Kolbe, presbítero e mártir - Terça-feira, 14 de agosto de 2018

Fonte: http://cleofas.com.br/10-ensinamentos-de-sao-maximiliano-de-kolbe-o-cavaleiro-da-imaculada/


Ano B/ Cor litúrgica: vermelho
Leituras:

Ez 2,8-3,4/ Sl 118,14. 24. 72. 103. 111. 131 (R.103a)/ Mt 18,1-5.10.12-14


Santo do Dia:
São Maximiliano Maria Kolbe

Fundador do apostolado mariano conhecido como "Milícia da Imaculada"

Padroeiro do Século XX

Origens

Seu nome de batismo era Raimundo Kolbe. Nascido em 8 de janeiro de 1894, na Polônia, era filho de família pobre. Seus pais eram operários humildes e simples, porém, ricos de fé e religião. No lar ele recebeu os princípios da fé e do amor cristãos. Por isso, com apenas treze anos Raimundo Ingressou no Seminário dos Frades Menores Conventuais Franciscanos. Ali, vivendo entre os confrades, ele demonstrou logo a força de sua vocação religiosa.

Caminhada e fé

Durante o tempo de estudos, Raimundo foi um estudante que deixou marcas pela mente brilhante e por ser muito atuante, apesar da pouca idade. Ainda estudante, manifestou sua profunda devoção à Virgem Maria quando fundou um apostolado mariano ao qual deu o nome de "Milícia da Imaculada". Terminou seus estudos na cidade de Roma. Lá, recebeu o sacramento da ordem em 1918. Nessa ocasião, assumiu o nome religioso de Maximiliano Maria, em homenagem a São Maximiliano e a Nossa Senhora. Depois de ordenado, voltou para a Polônia, e passou a lecionar no Seminário franciscano de Cracóvia.

Carisma da comunicação

Padre Maximiliano Maria Kolbe destacou-se na Igreja pelo grande amor a Nossa Senhora e pelo seu incrível espírito empreendedor na área da comunicação social. Quatro anos após sua ordenação, em 1922, quase sem dinheiro, ele fundou uma tipografia. Ali fez proezas. Criou e editou uma revista dedicada a Nossa Senhora. Depois, criou um periódico semanal, uma revista para crianças e outra para sacerdotes. As tiragens começaram pequenas e, em pouco tempo, eram milhares. Seu espírito evangelizador, porém, não se contentava apenas com a palavra escrita. Por isso, criou uma emissora católica de rádio. Sua ação apostólica pelos meios de comunicação chegou até o Japão! E sua meta era estender a obra ao mundo inteiro, conquistando almas para Jesus através da Virgem Maria.

Preso no campo de concentração de Auschwitz

No início da Segunda Guerra Mundial São Maximiliano Maria Kolbe voltou à Polônia para dirigir a formação dos novos franciscanos. Pouco tempo depois, em 1939, os nazistas invadiram sua terra e prenderam Padre Kolbe pela primeira vez. Soltaram-no e voltaram a prendê-lo uma segunda vez em 1941. Dali, transferiram-no para o temível campo de concentração de Auschwitz, onde ele conheceu os horrores da guerra provocados pelos nazistas.

Não há maior amor do que entregar a própria vida

Em agosto do mesmo ano, 1941, um prisioneiro conseguiu fugir de Auschwitz. Por causa disso, os soldados alemães, furiosos, impingiram uma punição terrível aos outros prisioneiros: sortearam dez presos para serem mortos de maneira cruel. Um dos dez sorteados era Francisco Gajowniczek. Quando soube de sua triste sorte, começou a chorar e clamar em voz alta, afirmando ter esposa e filhos para criar. Nesse momento, São Maximiliano Maria Kolbe pediu ao comandante alemão para ir no lugar de Francisco. O comandante concordou.

Morte lenta e cruel

Os soldados alemães despiram, então, São Maximiliano Maria Kolbe e os outros nove. Depois, prenderam-nos numa cela escura, húmida e pequena. Ali os dez prisioneiros ficaram sem água e sem alimentos, para morrerem aos poucos. Duas semana depois, Padre Kolbe, acostumado aos jejuns e pela força da oração, ainda sobrevivia e, com ele, outros dois com privilegiado porte físico. Então, os soldados aplicaram-lhes injeções mortais para desocuparem a cela. Aconteceu em 14 de agosto de 1941.

Padroeiro do difícil Século XX

Em 1971 o Papa João Paulo II celebrou a beatificação de São Maximiliano Maria Kolbe e em 1982 o mesmo Papa celebrou sua canonização. Nessa ocasião, João Paulo II deu a ele o título de "Padroeiro do nosso difícil século XX". Na cerimônia em que Padre Kolbe foi canonizado, Francisco Gajowniczek estava presente e testemunhou a coragem e o amor daquele Padre franciscano que se ofereceu para sofrer e morrer em seu lugar, dando a Francisco a chance de cuidar de sua família.

Oração a São Maximiliano Maria Kolbe

Ó São Maximiliano, seguidor fidelíssimo do Pobrezinho de Assis, que inflamado de amor a Deus transcorreste a vida na prática assídua das virtudes heróicas e na obras santas do apostolado, volta o teu olhar a mim, teus devoto, que confio na tua intercessão.
Tu que, irradiado da luz da Virgem Imaculada, atraístes inúmeras pessoas aos ideais de santidade, chamando-as em diversas formas de apostolado para o triunfo do bem e da dilatação do Reino de Deus, obtenha a mim a luz e força para operar o bem e atrair muitas pessoas ao amor de Cristo.
Tu que, na perfeita conformidade ao divino Salvador, alcançaste alto grau de caridade para oferecer, em sublime sacrifício de amor, a tua vida para salvar a um irmão prisioneiro, suplique do Senhor a graça que ardentemente te peço... (coloca-se a intenção)
E, animado pelo mesmo ardor de caridade, possa também eu com a fé e com obras testemunhar Cristo aos irmãos, para alcançar contigo a beatificante possessão de Deus na luz da glória. Amém.”

Matéria publicada em:
Fonte:http://www.sendarium.com/2017/08/14-de-agosto-sao-maximiliano-maria-kolbe.html

sábado, 11 de agosto de 2018

Santa Clara de Assis - Sábado, 11 de agosto de 2018

Fonte: https://ideeanunciai.wordpress.com/2015/09/30/frases-de-santa-clara-de-assis/


Ano B/ Cor litúrgica: branco
Leituras:
 Hab 1,12-2,4/ Sl 9,8-9. 10-11. 12-13 (11b)/ Mt 17,14-20

Santo do Dia:
Santa Clara de Assis


Dia 11 de Agosto foi dia de relembrar e celebrar a vida e obra de Santa Clara de Assis, ou simplesmente Santa Clara. O “Assis” que acompanha o seu nome, como muitos devem imaginar vem de São Francisco de Assis. Assim como ele, Santa Clara marcou uma época e trouxe para a Igreja Católica mais uma linda história de amor, devoção e fé.

História

Santa Clara nasceu no ano de 1194 em Assis, na Itália. Aos 18 anos, em um Domingo de Ramos, ela fugiu da casa dos pais rumo a capela de Porciúncula, onde ali foi recebida por São Francisco de Assis e seus discípulos. Naquela noite, a vida de Santa Clara começara a mudar. Foi ali, que São Francisco cortou seus lindos cabelos loiros (tal ato era considerado um voto de pobreza e de certa forma uma exigência para a entrada na vida religiosa) e através desse ato, foi firmada a sua união com Jesus Cristo.

Depois disso, ela segue para o mosteiro das Beneditinas de Sant’Angelo di Ponzo onde tempos depois recebe sua irmã mais nova, Catarina, que também quer seguir a vida monástica junto da irmã. E ali, ela passa a ser chamada de Santa Inês.

O pai das duas, revoltado, envia um tio chamado Monaldo para resgatar a filha viva ou morta. Monaldo consegue alcançar Santa Inês, que sofre agressões e é arrastada pelo tio montanha abaixo. Nesse momento, ela chama pela irmã Clara, que começa a rezar impiedosamente pela irmã e um milagre se instaura: Santa Inês fica tão pesada que torna impossível o ato de arrastá-la no chão e mesmo assim, Monaldo não se dá por vencido e tenta agredi-la com um golpe, mas imediatamente sente a mão se contrair. Sem saber mais como agir, ele desiste de levar Santa Inês e foge.

Em 1198, ocorreu uma invasão mulçumana à Assis e em meio a muita pobreza e necessidade aconteceu um fato que consagrou Santa Clara para sempre na história. Os mulçumanos tentaram invadir o convento e Santa Clara, mesmo acamada e doente, fez questão de ir até o portão de entrada. Ali, em lágrimas, ela conseguiu pegar o ostentório com o Santíssimo Sacramento e proferir as seguintes palavras:

“Senhor, guardai Vós estas vossas servas, porque eu não as posso guardar”. 

Ouviu-se então uma voz de maravilhosa suavidade dizendo:

“Eu te defenderei para sempre”. 

Imediatamente os mulçumanos são tomadas por um medo descomunal e fogem, deixando o convento intacto e a salvo.

Padroeira da comunicação de da televisão

Santa Clara faleceu no dia 11 de Agosto de 1253 e 1 ano antes, vivenciou um episódio que a consagraria mais tarde como a padroeira da comunicação e da televisão. Já muito doente e sem condições de se locomover, Santa Clara insiste em ir à uma missa na Igreja de São Francisco de Assis. Sabendo da impossibilidade, caiu em oração e teve o seu desejo atendido.

A missa começou a ser “transmitida” em seu quarto, no convento, como se fosse uma projeção. O fato foi realmente confirmado quando Santa Clara relatou em detalhes partes da missa e do sermão que posteriormente foi confirmada pelos presentes na missa.

Tal fato então veio a consagrá-la com esse título, que foi oficializado pelo Papa Pio XII em 1958.

Oração à Santa Clara

Ó querida Santa Clara, que respondeste generosamente ao chamado do Senhor, entregando-te a uma vida de humildade e pobreza, ajuda-me, pela tua intercessão, a descobrir qual é o plano de Deus para a minha existência, alcança-me a coragem de dizer um sim generoso como o teu, como o de Maria, e a fidelidade em concretizá-lo todos os dias até o fim. Amém!

Matéria publicada em: