quarta-feira, 28 de março de 2018

Semana Santa - Quarta-feira (28/03/2018) - O Tríduo Pascal

''A liberdade verdadeira nos faz corresponder com a graça divina.''

Ano B/ Cor litúrgica: roxo

Leituras: Is 50,4-9a/ Sl 68/ Mt 26,14-25

''O dinheiro é o Deus deste mundo'': homilia diária do Pe. Roger Araújo (via Canção Nova):
https://homilia.cancaonova.com/homilia/o-dinheiro-e-o-deus-deste-mundo/

Santo do Dia: São Guntrano
https://santo.cancaonova.com/santo/sao-guntrano-governou-na-justica/


Tríduo Pascal:
o ápice da Semana Santa


A Semana Santa é, sem dúvida, o ponto alto do ano litúrgico da Igreja. E os mais belos ofícios litúrgicos concentram-se especialmente nos 3 últimos dias desta semana: a Quinta-feira da Ceia, a Sexta-feira da Paixão e o Sábado da Vigília. Assim, compõe-se o Tríduo Pascal, cujo sentido é a contemplação da Paixão e Ressurreição de Cristo, abrangendo toda a totalidade do mistério pascal (refletindo-se no domingo da Ressurreição).
Temos, portanto, uma celebração de 3 dias, indo da dor à glória, da agonia diante da morte à vitória sobre a mesma. Através de profunda reflexão, compreendemos que a dor é elemento essencial para se forjar a alegria, através da qual passamos das trevas à luz (como o próprio Senhor nos diz em João 12,24 e 16,20, para citar exemplos).

1º Dia: Quinta-feira

"Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos." (João 15, 12-13)

Leituras: Êx 12,1-8.11-14/ Sl 115/ 1Cor 11,23-26/ Jo 13,1-15

Iniciando-se na missa vespertina da Quinta-feira Santa, o Tríduo recorda a Santa Ceia, em que Jesus Cristo instituiu, além da Eucaristia, o Sacerdócio (pois a Igreja mantém viva sua memória até hoje). Como forma de manter a humanidade unida formando um só corpo, Jesus se entrega como alimento (antes mesmo de ser entregue para o sacrifício) através do pão e vinho, chamando seus discípulos a tomarem-os em sua memória. Vale lembrar que a Igreja chama a bênção do pão e do vinho em transubstanciação, ou seja, os alimentos não são uma mera memória ou simbolismo de Cristo; eles são o próprio Cristo, que continua vivo e presente a cada Missa.
Antes do banquete, o evangelho de João nos recorda outro fato importante: o lava pés. Cristo, a fim de ensinar o valor da humildade e serviço ao próximo, lava os pés de seus apóstolos antes da refeição pascal. De início eles não compreendem tal ação (afinal, eles é quem deveriam lavar os pés de seu mestre). Jesus então explica que aquele que quer ser grande, deve fazer-se o menor de todos, colocando-se a serviço do próximo. É assim que nos tornamos dignos de sentarmo-nos à mesa do Senhor e partilhar de seu banquete de vida eterna.

2º Dia: Sexta-feira

"Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniquidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas." (Isaías 53, 5)

Leituras: Is 52,13-53,12/ Sl 30/ Hb 4,14-16;5,7-9/ Jo 18,1-19,42

Este é o dia de profundo recolhimento e penitência, pois nele recordamos a Paixão e Morte de Nosso Senhor na cruz.
É comum que o dia seja iniciado com a Via Sacra, onde meditamos sobre os passos de Nosso Senhor. Às 3 da tarde (hora de sua morte) inicia-se a celebração que se divide em 3 atos:

1º: Liturgia da palavra: após uma breve oração inicial, adentramos na liturgia, recordando os momentos finais de Jesus, desde sua prisão, passando pelo julgamento, condenação e culminando em sua morte na cruz, redimindo toda a Humanidade do pecado. É o ato de amor supremo, diante do qual Jesus não vacilou e bebeu do cálice da amargura até a última gota.
Após a liturgia e um silêncio profundo, os fiéis se reúnem em uma oração solene, pela Igreja e pelo mundo.

2º: Adoração da Cruz: como na Sexta-feira não é celebrada a Ceia, à Liturgia prossegue-se a adoração da Santa Cruz, símbolo do supremo sacrifício de Nosso Senhor e sinal de vitória sobre o mal.

3º: Comunhão: após a oração do Pai Nosso, os fiéis são chamados para comungarem das espécies eucarísticas (cujas partículas foram consagradas no dia anterior.)

O principal sinal exterior de participação no sacrifício pascal é o jejum, especialmente de carne (por ser Jesus o próprio Cordeiro imolado).

3º Dia: Sábado

"Morto, ele o foi uma vez por todas pelo pecado; porém, está vivo, continua vivo para Deus! Portanto, vós também considerai-vos mortos ao pecado, porém vivos para Deus, em Cristo Jesus." (Romanos 6, 10-11)
 
Leituras: Gn 1,1 - 2,2/ Sl 103/ Gn 22,1-18/ Sl 15/ Ex 14,15 - 15,1/ Medit.: Ex 15/ Is 54,5-14/ Sl 29/ Is 55,1-11/ Medit.: Is 12/ Br 3,9-15.32 - 4,4/ Sl 18/ Ez 36,16-17a.18-28/ Sl 41/ Rm 6,3-11/ Sl 117/ Mc 16,1-7

A Igreja recolhe-se junto do sepulcro de Jesus, meditando sua Paixão e Morte. O dia é marcado por profundo silêncio e meditação.
À noite, inicia-se a Vigília Pascal, durante a qual Nosso Senhor faz o caminho de volta da mansão dos mortos e ressurge vencedor da morte. 
Começando com a Celebração da Luz, que é o próprio Cristo, este rito inicial compreende: a bênção do fogo, preparação do círio, procissão e anuncio pascal. O templo deve permanecer escuro, apenas a luz do círio deve brilhar em meio as trevas, assim como Cristo Ressuscitado brilha. Nesta luz são acesas as velas do povo, enquanto se canta três vezes sucessivas: “Eis a luz e Cristo.”e o povo responde: “Demos graças a Deus”.
Dando prosseguimento, celebramos a Liturgia da Palavra. Neste dia, ela encontra-se mais extensa que nos demais dias do ano, abrangendo diversas passagens do Antigo e Novo Testamentos como forma de recordar-se as maravilhas que Deus faz por seu povo desde o início. As promessas da antiga Aliança tornam-se patentes na Nova.
Em seguida, há a Liturgia Batismal. Através da ladainha de todos os santos, a assembleia é chamada a renovar suas promessas batismais. A água é abençoada e aspergida sobre o povo, simbolizando o batismo que todos receberam e que, agora, é renovado, pois com Cristo renascemos da morte.
Por último, a Liturgia Eucarística, como o memorial do sacrifício da Cruz e da presença do Ressuscitado. Rendemos a ação de graças e o sacrifício perfeito, na esperança de que possamos também nós ressurgir como Ele para a vida eterna.
A Missa do Sábado Santo é a primeira das duas cantadas na Páscoa. Esta Celebração ostenta o caráter de extremo júbilo e magnificência, em forte contraste com a mágoa intensa da Sexta-feira Santa. O final do Sábado Santo, com seus três aspectos do mesmo e único Mistério Pascal: Morte, Sepultamento e Ressurreição de Jesus, está no ápice do Tríduo Pascal.  
O Domingo, primeiro dia da criação agora toma uma conotação maior: neste dia onde tudo é recriado pelo poder ressuscitador do Espírito de Deus; nós também o somos. Assim, o domingo se torna o Dia do Senhor. Este dia é o sol da semana, o grande dia que celebramos a Páscoa do Senhor, que agora saiu do sepulcro e está no meio de nós, vivo.

A morte, a dor, as guerras, o pecado não tem mais a ultima palavra apesar do mundo estar cheio disso tudo, há uma vitória que é maior que tudo isto, está acima de tudo, esta acima do céu, está no meio da terra, está nos nossos corações.  

Fontes:
Aviso: em razão do Tríduo Pascal, não haverão postagens durante os próximos 3 dias. Retornaremos, portanto, no domingo, com a celebração da Páscoa do Senhor.
À todos, desejamos uma Semana Santa abençoada, de muita paz e oração! Que as bênçãos do Senhor Jesus estejam com todos!

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