''Amemos a Jesus com o Coração de Maria. E a Maria com o Coração de Jesus. E não tenhamos senão um só coração e um só amor com Jesus e Maria.'' (São João Eudes)
Ano B/ Cor litúrgica: branco
Leituras:
Is 61,9-11/
Salmo: Responsório (1Sm 2,1.4-8)/
Lc 2,41-51
''Memória do Imaculado Coração da Virgem Maria'': homilia diária do Pe. Paulo Ricardo (via Christo Nihil Praeponere):
Solenidade do Imaculado Coração de Maria
''Ditoso quem invoca Maria Santíssima, quem recorre ao Imaculado Coração de Maria com confiança, porque alcançará o perdão dos pecados, a graça e, por fim, a glória do Céu.'' (Santo António Maria Claret)
Amados irmãos, hoje celebramos com alegria a solenidade do Imaculado Coração de Maria. Celebrada no sábado seguinte à solenidade do Coração de Jesus, ela vem nos trazer à memória o quão doce é o coração de nossa santíssima Mãe, e o quanto ele também sofreu dores profundas. A própria Igreja nos ensina que os dois formam um só coração, acolhedores e transbordantes de amor por todos nós. E é através do coração de nossa terna Mãe que encontramos, seguramente, o caminho para seu Filho.
As origens
Assim como a devoção ao Coração de Jesus, o Imaculado Coração da Virgem Maria encontra bases sólidas nas Sagradas Escrituras. Em Lc 2,29-35, lemos o episódio da apresentação do Menino Jesus no Templo, no qual o velho Simeão, contemplando o Filho de Deus, dá graças e profetiza tanto o aspecto salvador quanto o contraditório do reino do Messias (isto é, o quão divididas entre si as pessoas ficariam ao segui-Lo). Ao final, ele dirige-se à Maria, advertindo-a que ''uma espada lhe transpassará a alma''.
"Quem estivesse no Calvário veria dois altares, onde se consumavam dois grandes sacrifícios: um era o corpo de Jesus, o outro o coração de Maria."
(São João Crisóstomo)
(São João Crisóstomo)
Ao longo dos Evangelhos, compreendemos de que forma isso aconteceria: Maria, em seu silêncio e humildade, ''guardava todas essas coisas e as meditava em seu coração'' (Lc 2,51), isto é, presenciava de perto tanto os grandes feitos de Seu Filho quanto o ódio e as perseguições que Ele enfrentaria, que culminariam no Calvário. O evangelho de São João destaca o fato de Maria ter estado aos pés da Cruz, com o coração transpassado de dores. Tal fato fundamenta, também, a devoção à Nossa Senhora das Dores, cujo coração foi transpassado 7 vezes durante sua vida (como estudamos nas postagens da Semana Santa).
Um apelo à Humanidade
Outro fato de suma importância ocorreu no início do século XX. Mais precisamente, em 1917, com as aparições de Fátima, em Portugal. Nelas, a Virgem Maria se comunicava aos pequenos pastorezinhos Lúcia, Jacinta e Joaquim acerca dos males que seriam disseminados pelo mundo durante o século que, então, se iniciava. Ela exortava a Humanidade à penitência, devoção fervorosa ao Santo Rosário e reparo aos desagravos cometidos conta seu Filho e a ela, simbolizados por seu Coração Imaculado rodeado por espinhos. Mesmo após detalhar tantos tormentos terríveis, uma mensagem de esperança: ''Por fim, meu Imaculado Coração triunfará''.
Anos depois, em aparição particular à Irmã Lúcia, na Espanha, a Virgem Maria revelou o método para a reparação ao seu Imaculado Coração:
“Olha, minha filha, o meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar, e dize que todos aqueles que durante cinco meses, no primeiro sábado,
– se confessarem,
– recebendo a Sagrada Comunhão,
– rezarem um Terço e
– Me fizerem quinze minutos de companhia meditando nos quinze mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar,
Eu prometo assisti-los na hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas.”
– se confessarem,
– recebendo a Sagrada Comunhão,
– rezarem um Terço e
– Me fizerem quinze minutos de companhia meditando nos quinze mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar,
Eu prometo assisti-los na hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas.”
Ao ser perguntada pelo motivo dos 5 sábados, Maria lhe disse:
“São 5 as espécies de ofensas e blasfêmias proferidas contra o Imaculado Coração de Maria:
– as blasfêmias contra a Sua Imaculada Conceição
– as blasfêmias contra a Sua Virgindade
– as blasfêmias contra a Maternidade Divina, recusando ao mesmo tempo recebê-lA como Mãe dos homens
– as blasfêmias dos que procuram infundir nos corações das crianças a indiferença, o desprezo e até o ódio contra esta Imaculada Mãe
– as blasfêmias dos que A ultrajam diretamente nas Suas Imagens.”
– as blasfêmias contra a Sua Imaculada Conceição
– as blasfêmias contra a Sua Virgindade
– as blasfêmias contra a Maternidade Divina, recusando ao mesmo tempo recebê-lA como Mãe dos homens
– as blasfêmias dos que procuram infundir nos corações das crianças a indiferença, o desprezo e até o ódio contra esta Imaculada Mãe
– as blasfêmias dos que A ultrajam diretamente nas Suas Imagens.”
A oficialização da devoção
Foi apenas em 1944 que a Igreja Católica instituiu uma celebração específica ao Imaculado Coração de Maria. Criada pelo Papa Pio XII ela busca, pela intercessão de Maria: a obtenção da paz entre as nações, liberdade para a Igreja, a conversão dos pecadores, o amor à pureza e a prática da virtude.
O Papa João Paulo II também salientava, constantemente, a importância dessa devoção e da prática do Santo Rosário. Ele, inclusive, consagrou seu pontificado à Virgem Maria, com o lema ''Totus Tuus, Mariae'' (Todo Teu, Maria).
"Recitar o rosário nada mais é senão que contemplar com Maria o rosto de Cristo". - São João Paulo II
Tribulações e incompreensão são inerentes à vida do cristão. Assim o foi desde o início da Igreja, assim sempre o será durante nossa caminhada nesta Terra. Contudo, o Imaculado Coração de Maria permanecerá como o farol, a luz a nos guiar em meio às trevas de tão desesperançosa realidade. São Luís Maria Grignion de Montfort, profundo devoto da Virgem Maria e autor, entre outras obras, do monumental ''Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem'', trazia a seguinte frase em sua obra:
“Foi pela Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo e é também por Ela que Ele deve reinar no mundo”.
Assim, podemos compreender a estreita ligação entre os Corações de Jesus e Maria que, em resgate aos pecadores, nos oferece constantemente o remédio para os tormentos da alma e a cura para nossa tibieza, nossos vícios, nossa incredulidade que, volta e meia, buscam abalar nossa fé. E se o Coração de Jesus é a esperança da Humanidade, o Coração de Maria é a estrada perfeita, segura e reconfortante. Assim como gerou a Cristo em seu seio, Maria nos gera a cada dia para uma vida nova, nos moldando e nos inspirando pelo seu exemplo de doçura, entrega total a Deus e, sobretudo, confiança total em Seus desígnios. Quem está perto dela, jamais estará longe de Cristo!
Doce Coração de Jesus, sede nosso amor!
Doce Coração de Maria, sede nossa salvação!
Fontes:
Bíblia Sagrada Ave Maria
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